Banda de pífanos traz a cultura popular para o Festival de Música de Penedo
Participando pelo segundo ano no evento, Esquenta Muié realizou um cortejo pelas ruas do Centro Histórico
Sandra Peixoto - jornalista / Fotos Allerson Jesus e Bruno Vieira
18 de outubro de 2023
O entardecer do primeiro dia do Festival de Música de Penedo (Femupe) começou ao som de pífanos com a banda Esquenta Muié. O cortejo musical saiu do Teatro 7 de Setembro e desfilou pelo Centro Histórico, demonstrando a riqueza sonora que o evento, em sua 14ª edição, traz ao público. Do clássico acorde ao piano à cultura popular musical do Coco de Roda, o Femupe apresenta, até sábado (21), uma programação com oficinas, workshops, palestras e atrações nacionais e internacionais; tudo de graça.
Prestes a completar 45 anos, em dezembro, a Esquenta Muié mistura música popular com tradição familiar, como explica seu atual maestro, Luciel Santos, filho do fundador do grupo, José Cícero, falecido há três anos. “Tudo começou com o meu avô, Cícero Luciano da Silva, que tinha uma banda de pífano. Aí meu pai, aos 14 anos, aprendeu também como pai dele. E eu, atento à geração, já estou preparando o meu filho, Natanael, para que possa dar continuidade a esse trabalho”, falou o maestro com carinho e um certo orgulho.
Este é o segundo ano que a banda participa do Femupe. “Ano passado foi uma apresentação belíssima que nós fizemos aqui. Para a gente, é muito importante fazer parte deste festival. Eu vejo um resgate do pífano; uma oportunidade para mostrar nossa cultura que está um pouco esquecida”, ressaltou Luciel.
A força desta cultura faz com que Otávio Ibernado, de 71 anos, esteja com a banda desde sua fundação. “É uma alegria participar do grupo e levar essa alegria para as pessoas. Eu me sinto satisfeito e orgulhoso”, afirmou ao lado dos outros músicos que compõem a banda, Frank Luciano e Valdjan Ramos.
E se o maestro já prepara o filho para seguir seus passos, o público também vai se renovando ao longo dos anos. Na apresentação de hoje, a alegria dos gêmeos pequeninos Gabriel e Heitor Feitosa, encantou o público. Acompanhados da mãe, Kamylla Feitosa, os gêmeos de 1 ano e 4 meses dançaram e seguiram o cortejo pelo Largo de São Gonçalo. Para ela, moradora de Penedo, ter um evento deste porte é “enriquecedor. Posso trazer meus filhos e apreciar o que temos de qualidade em nossa cultura”, disse, complementando que prestigiará os outros dias do festival.
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