Cooperação que constrói pontes e divulga a pesquisa da musicologia histórica
Encontro Cemupe/Caravelas de Musicologia traz ao Femupe o professor doutor David Cranmer
Sandra Peixoto - jornalista
28 de outubro de 2024
Em meio à programação do Festival de Música de Penedo (Femupe) aconteceu o 9º Encontro Cemupe/Caravelas de Musicologia. Realizado na Casa da Aposentadoria, o evento teve como conferencista o professor David Cranmer, coordenador do grupo Caravelas - Núcleo de Estudos da História da Música Luso-brasileira, vinculado ao Centro de Sociologia e Estética Musical (Cesem), da Universidade Nova de Lisboa.
Abordando o tema O Caravelas e o Cemupe-Pontes transatlânticas, o encontro teve como mediadores o coordenador do Femupe, o professor Marcos Moreira, representando o Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e a professora doutora Cláudia Goes, do Cemupe pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O projeto Caravelas surgiu em 2008 com a ideia de encontrar maneiras de pesquisadores portugueses e brasileiros trabalharem em conjunto, vendo o Oceano Atlântico como ponte, e não como barreira. “A nossa missão do Caravelas e a missão do Cemupe são iguais: de fazer pesquisas e divulgação que não se limitam aos nossos próprios países, estendendo as mãos para os colegas do outro lado do Atlântico”, explicou David Cranmer.
Para o pesquisador, existem muitos temas dentro da área da musicologia, sendo um campo vasto para estudos. Neste contexto, a musicologia histórica é o segmento sobre o qual o núcleo Caravela está especificamente, sobretudo uma abordagem histórica aos fenômenos da atividade musical. “Mas não estamos a pensar em temáticas muito específicas, pois há muito que se pode incluir dentro desse âmbito. Para nós, o importante é o espírito da abertura, da colaboração, que pode acontecer de muitas maneiras, através de atividades, através de publicações”, esclarece.
E se as caravelas ajudam a diminuir as distâncias entre os dois país, o Rio São Francisco foi a ponte para trazer Meire Barreto, musicista sergipana que mora em Aracaju e, pelo segundo ano, participa do Festival. Ela considera o evento um importante instrumento para trazer a discussão acadêmica da música, mas também por aproximá-la da comunidade. “A gente nem sabe o que precisa, mas todo mundo precisa da música. Então, essa oportunidade de estar nesse lugar tão lindo, que é Penedo, com tanta história e com um rio maravilhoso, que trouxe tantas coisas, pois era a internet do tempo, servindo para o ir e vir de ideias e conceitos de arte. Então, estar nesse lugar, com toda essa atmosfera e ter esse evento com tanta gente participando, com tantos músicos e alunos bebendo dessas fontes todas é, pra mim, um encanto”, refletiu.
O Femupe é uma realização da Ufal, por meio do Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Para esta 15ª edição, a Universidade conta com a parceria da Prefeitura de Penedo, do Sesc-AL, e da Sociedade Montepio dos Artistas que são correalizadores do evento. O Sebrae-AL, o Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), a Aliança Francesa de Maceió, a Barkley Brazil e a Água Mineral Aldebaran são os patrocinadores.