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Desfile de Filarmônicas é marcado pelo encontro de gerações

Encontro de filarmônicas movimentou a manhã do último dia do Festival

Sandra Peixoto - jornalista / Fotos Sandra Peixoto e Roberta Brito

28 de outubro de 2024

Enquanto a Sociedade Musical Carlos Gomes, de Estância-SE, desfilava pelas ruas de Penedo, os gêmeos Gabriel e Heitor Feitosa, de dois anos e cinco meses, marchavam com suas flautas de brinquedo, acompanhando a banda em todo trajeto e encantando o público que assistia ao 7º Desfile Femupe de Filarmônicas, realizado sábado (26), último dia da 15ª edição do Festival de Música de Penedo (Femupe).

 

A cena demonstrou a importância de estimular o acesso à música ainda na primeira infância. Na edição de 2023, os pequenos já haviam cativado as pessoas ao seguirem animados o cortejo da banda de pífanos Esquenta Muié (AL), pelo Largo de São Gonçalo. Na edição deste ano, comprovaram que a música tem o poder de unir gerações. Os meninos seguiam sob o olhar atento da mãe, a fotógrafa e produtora cultural Kamylla Feitosa, que estava emocionada.

 

“Eu me sinto muito feliz em poder estar executando o meu trabalho e a maternidade em conjunto, porque eu trago os meninos e eles acabam criando memórias junto comigo. Eles amam música e eu super incentivo. Ver esse desfile, acompanhar, fotografar e viver junto com eles, que vieram como se tivessem fazendo parte de cada banda, tocando a flauta deles, foi muito mágico”, afirmou, acrescentando que lembrou do pai falecido há quase dois anos e que era um amante da música. “Fiquei extremamente emocionada em sentir que eu tenho um pedacinho dele também nos meninos”, complementou.

 

Parece que o dia estava destinado a emoções familiares. Atendendo ao pedido de uma mãe, a Filarmônica Maestro Jorge Trompete, de Traipu-AL, tocou ‘Parabéns a você’ para Enzo Vignole, que completava 11 anos. Tímido, o menino gostou da homenagem. “Foi muita felicidade e um pouquinho de vergonha”, disse ele, agradecendo a mãe pelo momento.

 

A Escola de Educação Integral, de Penedo-AL, participou do desfile com cerca de 30 alunos, entre 9 e 13 anos. Para o instrutor Eduardo Jorge, que faz faculdade de música e ensina flauta a mais de 100 crianças naquela unidade educacional, a música contribui para não deixar a cultura morrer. “Principalmente entre os jovens porque esse vício do celular está muito grande. É importante que os prefeitos e gestores viabilizem as verbas”, disse.

 

Assim como o instrutor, a pernambucana Sara Araújo é admiradora da música. Pela primeira vez no Femupe, ela observava o desfile. “Eu acho que a música salva e cura, e disciplina também. É a questão da disciplina porque vai no tempo e na respiração e tira as pessoas de outras situações. Eu vi idades diferenciadas e isso me deixa muito feliz, pois há uma atemporalidade. Eu acho isso bastante importante, até porque também é a comunicação entre várias gerações, eu acho isso fascinante”, observou.

 

Além da Sociedade Musical Carlos Gomes, de Estância-SE, da Filarmônica Maestro Jorge Trompete, de Traipu-AL, e da Escola de Educação Integral, de Penedo-AL, participaram do desfile a Filarmônica Nossa Senhora Imperatriz dos Campos, de Tobias Barretos-SE, a Banda Musical Lira N.S. Santana, de Boquim-SE, e a Filarmônica Tenente José Nicácio de Souza, de Delmiro Gouveia-AL.

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