Grupos de música afro-brasileira se unem nocortejo de sons, cores e ritmos pelasruas de Penedo

As ruas do coração de Penedo ficaram mais movimentadas e acesas na tarde do último sábado (25), ao som de tambores e xequerês, sob um céu sem muitas nuvens. O público atento, com famílias, amigos e até funcionários de lojas e mercados do Centro que saíram de seus cotidianos para prestigiar a celebração em cortejo.

Três grupos de música instrumental afro-brasileira de Alagoas se apresentaram para o público penedense e turistas. Grupo Baque Alagoano, Timbodé (Penedo e da França) e a Orquestra de Tambores de Alagoas se juntaram em frente à Igreja de São Gonçalo para uma festa de ritmos, sons e cores.

O movimento começou com o Baque Alagoano em uma caminhada próximo à Casa da Aposentadoria, passando na frente do Centro de Convenções e Teatro Sete de Setembro, até chegar ao Calçadão da Igreja de São Gonçalo Garcia. Durante o percurso, os integrantes do grupo expressavam dizeres de afirmação e bordões próprios do Baque Alagoano, com direito a pequenos momentos de dança afro.

Para Débora Medeiros, coordenadora do grupo, é muito representativo estar pela segunda em uma cidade que respira arte e cultura popular, e que tem um contexto histórico marcante no estado.

"Gostamos muito de vir para cá. É muito importante estar aqui. É um festival que tem instrumentos de música clássica, mas também tem tambores e instrumentos da cultura afro. E hoje foi bem lindo, foi um momento inesquecível para a gente, ainda mais juntando estilos tão diferentes de batuques. A cada dia o festival fica melhor com essa diversidade que envolve o público", disse Débora Medeiros.

Enquanto o Baque passava pelas ruas, os moradores de Penedo e visitantes acompanhavam o ritmo e se animavam, sob risos, aplausos e empolgação. Os outros dois grupos já estavam próximo na frente da Igrejaaguardando o grande momento do encontro. O cortejo chegou ao fim quando os três grupos se encontraram no Calçadão e se apresentaram, cada um com seu estilo: do mais rápido até o mais lento compasso. Logo depois, todos se juntaram e tocaram em um show único, tudo ao mesmo tempo.

"Foi bem especial. Fiquei muito feliz de que cada um desses músicos que estavam ali conseguiram entender a importância de escutar o outro grupo que estava ao lado. Tinha grupo de maracatu, de samba reggae e outro grupo estava tocando outro estilo, então tinha que realmente sincronizar. E deu tudo certo, ficou bem lindo", destacou o coordenador do grupo Timbodé, Jair Mendes, que também contou que foi a primeira participação dos integrantes franceses do grupo no Festival.

Enquanto a apresentação acontecia, o público se aglomerava na rua ao redor dos grupos para prestigiar o show. Uma das pessoas que assistiu ao espetáculo foi Diana Vieira, assistente social de Sergipe, que estava com seu filho de um ano no colo, sua mãe e esposo. Ela contou que é a primeira vez que vem para o Festival e que a todo momento ficou emocionada.

"Eu amei. Foi a primeira vez que levei meu filho para ver as atrações culturais e ele ficou encantado. A gente acompanhou o cortejo do grupo e também esse show de agora, estou encantada. Eu não sabia que Penedo era tão rica em cultura material e imaterial. E a música afro tocada quase aquinos levapara o nosso Brasil profundo. Acredito que é sempre necessário mostrar à população o quanto a nossa negritude está expressa no país e que podemos ter equidade. A música tem esse poder de juntar todos os tons de pele e classes sociais", disse a turista.

Realização do evento

O Femupe é uma realização da Ufal, por meio do Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal),da Prefeitura de Penedo, da Astec, do Sesc-Alagoas e da Fundepes, com patrocínio do Sebrae Alagoas.

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