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Linguagem universal da música quebra barreiras territoriais no Femupe

Portugal, Itália, Peru e Moçambique são alguns dos países presentes na edição de 2024 do Festival de Música de Penedo

Sandra Peixoto – jornalista

28 de outubro de 2024

Com um recorde de 658 inscrições, as 16 oficinais oficinas e os oito workshops sonoros da edição 2024 do Festival de Música de Penedo (Femupe) foram resultado da parcria com o Sesc AL, correalizador do evento. As atividades pedagógicas foramvoltadas a vários públicos, como participação de professores, musicistas brasileiros e estrangeiros, provando que a música quebra barreiras territoriais.

 

Um dos talentos que apresenta aos alunos sua trajetória, vivência e técnica é o tenor italiano Sabino Martemucci. Pela primeira vez em Penedo, ele disse estar feliz em participar de um festival histórico, pois já está na sua 15ª edição, e parabenizou os esforços do coordenador-geral do Femupe, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Marcos Moreira, para internacionalizar o evento.

 

“Eu venho da Itália e essa abertura é fundamental. Penedo é uma das cidades do Unesco e o meu curso aqui, que será de dois dias, é voltado na técnica italiana do canto lírico. Vou ver vários aspectos da respiração, da fonação, das ressonâncias da voz do estilo italiano que eu aprendi com vários mestres na Itália, como os maiores cantores do mundo, Mirella Freni, Luciano Pavarotti e Rolando Panerai; de muitos com quem eu estudei e tive o prazer de aprender”, enfatizou o tenor.

 

Para ele, que já se apresentou em 40 países, a música tem uma linguagem universal e o momento será de troca. “Quem faz esse trabalho, essa profissão, sempre pega energias de todos os cantos que pisa. Então, para mim, eu vou sair desses dois, três dias do festival com uma riqueza interior maior e aprender ainda mais coisas da vida”, avaliou.

 

O aluno do curso de Música da Ufal, Adrian Oliveira, é classificado como baixo barítono e estava na expectativa para absorver estes ensinamentos. “Quero aprender coisas novas porque, no canto, tem muitas coisas e eu acho que cada professor tem métodos diferentes, práticas diferentes que podem ajudar e chega um momento na vida do cantor em que ele precisa absorver conhecimentos diferentes e ir juntando para desenvolver seu método”, afirmou.

 

O Peru também tem representação no Femupe, com o trompista Juan Quinteros. Radicado há dez anos no Brasil, ele trabalha atualmente na Orquestra Sinfônica de Sergipe e trouxe sua experiência de estudo e de trabalho. “O Festival de Penedo, a cada ano, vem demonstrando essa importância dentro do cenário nordestino dos instrumentistas. O instrumento da trompa não é muito conhecido pelas pessoas, mas, em geral, tem uma relevância nas cidades do Nordeste. A oficina trouxepara os alunos a oportunidade de conhecer um pouco mais da parte da minha experiência de estudo e de trabalho e, também, muitas coisas relacionadas ao mercado”, disse Quinteros.

 

Para ele, ainda que Peru e Brasil possuam estilos diferentes de fazer música, é possível equilibrar, pois a música é uma linguagem universal e o seu ensino também deve ser. “Em relação ao intercâmbio, realmente, há um conhecimento sobre realidades diferentes, porém, sempre trazendo a motivação para os alunos, inclusive para pesquisar mais e sair dos lugares de conforto. Fico muito feliz nesse festival”, observou.

 

Dentre as oficinas ministradas por brasileiros, a de violino, com a professora da Ufal, Débora Borges, ocupou um cenário sacro: a igreja do Convento Nossa Senhora dos Anjos. Ela explicou que o objetivo da oficina foi trabalhar a partir das dúvidas dos alunos. "Como a gente tem muitos níveis variados, estamos trabalhando diversas técnicas que possam abordar tanto o nível iniciante, intermediário e avançado e, também, alguns repertórios de grupo para a gente poder vivenciar essa questão da música de câmara também", detalhou.

 

A didática da violinista atraiu para a oficina alguns de seus alunos da capital. Lucas Cauã, que é da cidade de Paripuera, veio para participar do Femupe. "A Débora é minha professora em Maceió e, aqui, eu vim também acompanhar e aprender mais sobre violino. Eu imagino que vai ser muito bom, uma manhã de aprendizado e para descobrir novas formas de tocar", falou o estudante de 16 anos que faz parte do curso de extensão do laboratório de violino da Ufal.

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