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Mistura de culturas dá vida à oficina Cacuriando Coco Alagoano

Elaine Silva, Mestre Nildo Verdelinho e Iris Verdelinho dão o mote e os participantes entram na roda e na pisada dos pés

Régis Anário – jornalista / Fotos Bruno Vieira e Régis Anário

20 de outubro de 2023

A consciência do passado alicerça um povo e a difusão de suas tradições o fortalece. É com essa compreensão que o Festival de Música de Penedo promove a oficina Cacuriando Coco Alagoano,com os facilitadores Elaine Maria da Silva, Mestre Nildo Verdelinho e Iris Verdelinho.

 

Resultado do entrelaçamento cultural de brancos, negros e índios, o coco alagoano é uma dança folclórica cantada e acompanhada pela batida dos pés ou tropel, pura história em movimento.

 

A ideia da oficina surgiu a partir da pesquisa da professora Elaine Maria da Silva, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas. Ela investigou os processos e as ideias musicais em contexto de educação infantil, a partir das musicalidades e brincadeiras do coco alagoano.

 

Sua pesquisa, desenvolvida com uma turma do maternal 2 em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Maceió, contou com a participação de um conhecedor do coco alagoano, no caso, o Mestre Nildo Verdelinho. Daí, para ofertarem a oficina no Festival de Penedo foi um salto. Segundo a professora, o termo “cacuriar” que intitula a oficina é de origem Kimbundu e significa investigar, curiar.

 

Além de apresentar a história e a evolução do coco alagoano, a oficina trabalha diversos passos da dança conhecidos como trupés, a exemplo do xipapá, do quarenta e do miudinho. Além de seu cancioneiro e instrumentos musicais como a bizunga, feita com cipó e sementes, o pandeiro e o ganzá, um tipo de chocalho cilíndrico preenchido com grãos, contas ou sementes de piriquiti.

 

Alagoas sempre teve grandes cantadores e dançadores de coco. O próprio mestre Nildo é filho de Mestre Verdelinho, famoso cantador de coco de emboladas, já falecido. Nildo conta que seu pai dizia que antigamente era comum dançar coco no período de construções de pau-a-pique, quando se fazia a tapagem da casa. “Quando terminava uma construção, o dono da casa dava uma festa e convidava toda a vizinhança para fazer o nivelamento do piso através da dança, amassando o chão com os trupés, durante toda a noite”, contou.

 

Para Mestre Nildo, ofertar a oficina de coco alagoano na programação do Festival de Música de Penedo é possibilitar uma excelente oportunidade de “compartilhar conhecimentos, valorizar a cultura popular e fortalecer nossas tradições”.

A oficina de coco, assim como as demais 31, aconteceram durante dois dias do Femupe, quinta e sexta, no Círculo Operário de Penedo.

 

Amanhã, sábado (21), é o último dia do Femupe. Confira a programação Confira a programação em nosso site e acompanhe o evento em nossas redes @festival_musica_Penedo e @cemupemusicologia.

 

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