Para além dos acordes, oficinas de flauta e trombone inspiram os alunos

Se uma música pronta já preenche muitos aspectos da vida das pessoas, marcando momentos, o que dizer do fazer música? Talvez seja esta uma pergunta que as atividades pedagógicas da 16ª edição do Festival de Música de Penedo (Femupe) podem responder. Realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e vários parceiros, o evento reúne participantes de variados níveis de desenvolvimento musical, e entre acordes, orientações e práticas, suas oficinas também ensinam paciência ao proporem a união de diversos ritmos para a execução de uma mesma melodia, demonstrando aos alunos que o fazer música vai além de somente compor ou ler notas musicais.

Essa “junção” de ritmos e conhecimentos é um dos desafios apontados pelo músico português Alexandre Andrade, que ministra a oficina de Flauta Transversal. “Esse é um dos grandes desafios da música, que é nós conseguirmos juntar diferentes níveis de aprendizagem e capacitação, como vocês dizem, em torno de uma só peça. Porque o fácil é quando nós temos alunos todos muito bons e fazemos música. Em Portugal, por exemplo, nós temos essa facilidade, digamos assim, em trabalhar com alunos já com conhecimento musical e, ao nível do instrumento, evoluído. O difícil é isto, é juntar os diferentes níveis. Essa parte é mais complexa, mas satisfatória”, analisou.

Um de seus alunos é o músico do Septeto da Lira Carlos Gomes, Guilherme Eduardo. Trompetista, ele participa das oficinas desde a época das jornadas pedagógicas (que acabaram originando o Festival). Nas duas últimas edições, trocou as aulas de trompete pelas de flauta transversal. Na oficina de hoje, pôde tirar dúvidas e saber um pouco mais dos sons produzidos pelo instrumento que vem aprendendo por meio de materiais disponibilizados na internet. “Aprendendo muito aqui em poucas horas de aula. Estou me identificando muito com esse instrumento e o professor Alexandre é um cara que tem uma bagagem muito grande; tem muito a ensinar. Estou aproveitando o máximo aqui”, disse.

Outro instrumento de sopro que vem encantando os alunos é o trombone. Ministrando oficinas no Femupe desde 2014, o professor na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Gilvando Azeitona, avalia que não só que as diferenças de níveis trazem novidades para as aulas, como também reconhece que as oficinas podem inspirar uma carreira profissional. “Mesmo tendo participado de todas estas edições, sempre tem novidade. A gente encontra alunos de vários níveis; alunos que já vêm de outras edições e a gente vê o progresso deles. E ver ex-alunos participando em edições como músico profissional é uma satisfação. Eles despertam o interesse de fazer um curso superior em uma universidade, em sair do país, ter essa possibilidade de tocar com outros músicos de outros estados, de outros países, com essa linguagem de música”, avaliou.

E, de fato, o anseio para os caminhos profissionais preenchem o coração de alguns alunos, dentre eles Givaldo Teodoro. “Vim no ano passado e gostei. Minha expectativa, hoje, é positiva e, desde o ano passado, venho praticando. Espero tocar profissionalmente”, falou.

Realização do evento

O Femupe é uma realização da Ufal, por meio do Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), e tem como correalizadores o Sesc-Alagoas, a Prefeitura de Penedo, a Associação dos Empresários e Empreendedores do Turismo e da Economia Criativa de Penedo (Astec) e a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes). Tem patrocínio do Sebrae-AL e apoio do deputador federal Paulão.

O evento acontece até amanhã, dia 25, e terá o cantor Nando Cordel no encerramento. A entrada será 1kg de alimento não perecível e a troca pelos ingressos começará às 9h, na bilheteria do Centro de Convenções, ao ladodo Hotel São Francisco.

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