Professores das oficinas do Femupe destacam contribuição do festival
Em sua 15ª edição, evento se consolida a cada ano e conquista o reconhecimento dos participantes
Fabiana Barros – jornalista
28 de outubro de 2024
Dois dias de oficinas e muitas possibilidades oferecidas pela 15ª edição do Festival de Música de Penedo (Femupe), evento totalmente gratuito. Sem dúvida, a realização do evento movimenta a economia do município alagoano, localizado às margens do Rio São Francisco, mas o impacto cultural consegue ser ainda maior. E, claro, o evento passou a ser reverenciado pelos profissionais que ministraram as atividades educativas.
A professora do curso de licenciatura em Música da Ufal, Ziliane Teixeira, ministrou a oficina Educação musical. Para ela, o Femupe é um evento totalmente diferenciado de outros festivais de música que, normalmente, focam apenas na parte instrumental ou em questões mais teóricas, científicas. “Aqui a gente tem as formações de oficinas, a formação mais erudita, tem a formação popular, a parte científica, a parte musicológica, os fóruns, lançamento de livros, oficinas com a comunidade, os concertos”, explicou.
De acordo com ela, a amplitude do Femupe consegue envolver toda a cidade. Não apenas músicos, mas quem gosta de música, quem aprecia música. “É um festival muito democrático, amplo, porque a gente não vê em outros lugares”, destacou.
A oficina de regência foi ministrada pelo maestro e professor Ângelo Rafael Fonseca, no Círculo Operário de Penedo. Ele também é gestor cultural e trabalha nas seguintes orquestras: de Câmara de Salvador, Sinfônica de Itabaiana, Filarmônica da Bahia, no Coral Ecumênico da Bahia e no Coral da Assembleia Legislativa da Bahia. Para ele, o Femupe está sendo maravilhoso por reencontrar amigos, conhecer novos amigos e, principalmente, por ver jovens musicistas interessados na área da música. “Isso enche o nosso coração de esperança e de alegria e poder compartilhar com eles a nossa experiência é fantástico”, comemorou.
Ângelo Rafael prestigiou a abertura do evento e disse que chamou a atenção a quantidade de instituições que tornaram possível a realização do festival, pois além da Ufal, tem o Sesc Alagoas, a Prefeitura Municipal de Penedo, o Sebrae, a Sociedade Montepio dos Artistas. “Por isso esse evento é tão magnânimo e tem essa envergadura imensa. É o 15º e que venham mais parceiros. Só é possível ter esse tamanho de evento quando essas instituições resolvem abraçar e apoiar essa causa. Então, que mais parceiros venham e que essas questões fiquem mais sólidas ainda”, ressaltou.
O Femupe tem ainda o patrocínio do Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), da Aliança Francesa de Maceió, da Barkley Brazil e da Água Mineral Aldebaran.
Espetacular
A soprano, cantora do Madrigal da UFBA, que é um grupo vocal profissional, solista Eneida Lima, ministrou a oficina grupo de prática oral, no Convento Nossa Senhora dos Anjos, com o objetivo a prática de conjunto, o treino vocal em grupo, assim como algumas noções de técnica vocal também em grupo, além da melhora da percepção musical.
Eneida classifica o Femupe como uma iniciativa incrível, pois reúne vários estilos musicais e é um grande fomento à cultura local e nacional. “O festival é maravilhoso. É fantástico. Toda essa reunião musical, essa comunhão musical e cultural, a troca de conhecimentos, de saberes musicais e a oportunidade de se apresentar e conhecer o trabalho de outros artistas. Desejo vida longa para o festival. Dou parabéns aos organizadores, ao professor Marcos Moreira, por esse projeto, que é espetacular”, comentou.
Realização das oficinas
Na oficina Educação musical, Ziliane levou uma proposta diferenciada para a experiência atuando junto com as crianças (1º e 2º ano) e com os professores já formados e os professores em formação. Foram dois momentos com duas turmas da Escola Municipal Costa Mangabeira, onde aconteceu a oficina, trabalhando a musicalização diretamente com as crianças.
Professores da rede pública e privada também participaram, além de outros alunos de cursos de licenciatura observando o momento inicial com as crianças. Depois, o momento foi com os alunos inscritos na oficina, ou seja, professores em formação para a parte de discussão metodológica e teórica.