Profissionais aplicam técnicas e dividem experiências de vida em workshops do Femupe
Ícone da bateria, Carlos Bala foi um dos instrutores que marcaram presença na programação
Jamerson Soares – jornalista / Fotos Roberta Brito
28 de outubro de 2024
Os profissionais da música convidados para compor a programação da 15ª edição do Festival de Música de Penedo (Femupe) dividiram suas experiências de vida profissional e pessoal e algumas técnicas aprendidas ao longo de suas carreiras. Assim foi a troca durante os workshops voltados para estudantes e estudiosos da área.
Houve oficina de contrabaixo, com Van Silva; de guitarra, com Jimmi Oliver; de bateria, com Carlos Bala, de harmonia com o professor Fernando Tavares, que também é coordenador pedagógico do festival.
Para Carlos Alberto Vieira Gomes, conhecido como Carlos Bala, foi uma felicidade receber um grupo diverso de pessoas interessadas em aprender coisas novas. Ele contou que o que mais chamou atenção foi a vontade e a atenção dos participantes do worshop que não tocam bateria.
"Isso me deixou muito feliz porque abre um leque grande, e a bateria fica mais ampla dentro do universo da música. O que eu abordei foram algumas músicas que pediram para exemplificar, músicas que já gravei, e isso ficou interessante porque havia um interesse de saber. As pessoas não sabem como o ritmo dessas músicas surgiu, então foi muito legal", contou Bala, que nasceu em Maceió, tem mais de 50 anos de carreira e atualmente mora em São Paulo.
O alagoano Van Silva ministrou o workshop de contrabaixo. Ele atua na área há 35 anos e também é instrutor. Um dos pontos abordados no encontro foi a postura e em como se deve começar a estudar o instrumento. O músico também trouxe questões de sua experiência de vida profissional e pessoal, já que ele também tocou fora do Brasil.
"Me senti muito feliz e bem. Posso dizer que estou em casa porque acredito que participei de todas as edições do festival. Estou super confortável. Gosto de compartilhar conhecimento. Eu sempre fui muito apaixonado de compartilhar conhecimento", declarou Van Silva.
Harmonia nos solos de guitarra
Professor de contrabaixo, harmonia e teoria desde 1998, Fernando Tavares, também ministrou uma oficina durante esta edição do Femupe. Coordenador pedagógico do festival, Tavares abordou assuntos como composição, harmonia e melodia, desde o começo da história humana, e a desmistificação do estudo da música.
"A ideia principal era mostrar como essa harmonia foi construída com o passar do tempo. Eles prestaram atenção em como a melodia foi formadora dessas ideias harmônicas. Os meninos estão interessados em aprender mais essa parte de composição, como também a questão do contraponto. E é interessante porque aprendo também, a troca é sensacional. Eles tocam um tipo de sonoridade que eu não tenho, e colocam algumas perguntas no dia a dia que fazem a gente refletir em sala de aula", disse Fernando Tavares.
Já Jimi Oliver realizou um workshop de guitarra, com um público bem participativo. Segundo o músico, que tem 20 anos de trajetória profissional, foi um momento em que várias questões foram surgindo, como a discussão sobre fraseologia com a guitarra, o desenvolvimento da percepção musical sem precisar ter o instrumento em mãos, improvisação e a importância do canto para compor.
"Foi bacana demais aqui, porque durante a oficina várias questões foram surgindo. A princípio eu iria trabalhar a fraseologia dentro da guitarra, que é um conceito que estou desenvolvendo no meu primeiro livro, num conceito mais melódico, para ser desenvolvido sem uma construção", explicou.
Para ele, estar com os alunos e acessar a parte humana deles é gratificante. Ele também gostou de Penedo e espera voltar mais vezes. “Espero que eu tenha contribuído de alguma forma na vida de cada um deles”